quinta-feira, 3 de maio de 2012

Software Social

O que é o software social?

Existem vários autores a avançar uma definição para caracterizar estes programas de computador. Podemos encontramos desde explicações mais generalistas, que afirmam que software é o “suporte da interação em grupo”, outras mais particulares que o definem como sendo “o que liga as pessoas aos seus pensamentos, sentimentos e opiniões” até uma mais específica, que explica o “tipo de suporte de interação” que aquele aporta:
->suporte para interação convencional (para comunicação síncrona e assíncrona);
->suporte para feedback (para avaliação da participação dos pares);
->suporte para redes sociais (para gerir e ou criar novas relações). Estudos realizados, levaram alguns investigadores a concluir, que o software social gera mudanças relacionais nas sociedades. Esta particularidade, vem contrariar o posicionamento mais cético de quem questiona a  sua utilização, ao atestar que o uso das tecnologias não isola os indivíduos, pelo contrário, abrem-lhes novas possibilidades relacionais e ampliam o saber. O software social é, assim, adjuvante no processo de ensino/aprendizagem e  sinónimo de "uniformidade social, colaboração, cooperação e suporte mútuo". Em educação formal, o software social pode ser utilizado como ferramenta de trabalho colaborativo, ao mesmo tempo que despoleta uma interdependência positiva entre pares na procura de soluções para a superação de dificuldades, conduzindo o grupo a resultados favoráveis. Este equipamento permite inúmeras oportunidades de trabalho colaborativo, como ”combinações de atividades em blogues; gestão de portefólios; discussão e partilha de ficheiros; gestão de ficheiros de grupo e capacidades de pesquisa e linkagem”.
São exemplos de software social, o Instante Messaging, IRC, fóruns de internet, blogues, wikis, serviços de rede social ponto-a-ponto, jogos de rede, entre outros. Apesar das já comprovadas vantagens destas ferramentas, levantam-se vozes discordantes, que as consideram “uma perda de tempo” e sem ligação “ à vida real”. A este propósito, a Universidade de Nova Iorque, considerou pertinente a realização de uma sessão denominada “Facebook in the fresh”. Traduzindo à letra, Facebook ao vivo, dirigido a alunos que apresentam lacunas no “relacionamento cara a cara”, uma vez que estão mais familiarizados com “relacionamentos virtuais”. Por fim, referir que, no que respeita à utilização, as redes sociais não beneficiam da Lei de Metcalfe*, pelo que, o valor estimado de adesão não é totalmente fidedigno. Está ainda provado, que a participação de alguns utilizadores é efémera, designadamente há quem crie blogues e os abandone poucos meses depois.

(*) Lei de Metcalfe, é uma lei formulada por Robert Metcalfe, inventor do sistema Ethernet de redes locais. A lei trata do valor de sistemas de comunicação. Seu enunciado é o seguinte:O valor de um sistema de comunicação cresce na razão do quadrado do número de usuários do sistema (Wikipédia)

Bibliografia: Patrick Fahy (2008) - As Características dos Meios de Aprendizagem Interativa Online

Os média na formação à distância

Este trecho do texto C, aborda reflexões acerca da utilização dos média na aprendizagem, nomeadamente na formação à distância. A saber, a nível das representações de isolamento (distância transacional*) protagonizadas pelos alunos e da função do ensino para a superação das suas necessidades individuais. Transpor estes estádios é possível, através da “coordenação, cooperação e co-construção”, alicerces para a estruturação de verdadeiras “comunidades de aprendizagem e apoio interativas”. Nestas comunidades, o que importa, é realmente o trabalho conjunto das pessoas, utilizando os meios de comunicação no conseguimento de uma “aprendizagem de qualidade”. Uma das grandes vantagens da utilização dos média no ensino, é possibilitar o “desenvolvimento e evolução das comunidades”, outra é fomentar a “aprendizagem individualizada”. Como? Por um lado e segundo Moore, “reduzindo a distância transacional” e, por outro, adequando as “formas e ferramentas de interação” ao perfil de cada aluno, segundo as suas necessidades (Walther, 1996; Willits & Chen, 1998), este último, alvitra “conhecimentos especializados” para a sua consecução. Os alunos que frequentam o ensino tradicional, são profundamente apáticos, no que respeita ao seu processo de aprendizagem, ao contrário dos alunos em formação online, que se revelam mais autónomos e autodirigidos. O que, à guisa de alguns estudos, torna factível, que os alunos do ensino presencial têm mais dificuldades e um baixo nível de “satisfação” num ambiente online, isto porque, este tipo de ambiente requer dos alunos uma postura e desempenho aos quais não estão habituados, nem foram preparados. Outro fator a ter em linha de conta, de acordo com estes estudos, é a “estrutura no ambiente de aprendizagem”. Relativamente a este aspeto, importa sublinhar que, no ensino presencial, os alunos tendem a ser frequentemente rotulados de acordo com as suas “qualificações”. Num ambiente online, o êxito dos alunos, será tanto maior, se estes forem autorregulados, se fizerem uma apropriação eficaz dos “recursos técnicos” e, essencialmente, se o professor funcionar como mediador, num processo em que os primeiros cooperam ativamente (aprendizagem colaborativa), na construção do conhecimento e do saber, permitindo-lhes experimentar, de certa forma, a posição de adulto. Na comunicação online, é crucial o saber expressar-se por escrito. A comunicação regular reduz a distância transacional e afasta a obrigatoriedade de uma rígida organização dos conteúdos. Ensinar é, orientar para uma “compreensão significativa”. Cabe ao “professor/mediador” dosear a estrutura e o “diálogo online”, fomentando o espírito colaborativo entre todos os membros do grupo, especialmente naqueles, cuja experiência em ambientes de aprendizagem online se encontra numa fase inicial. Garrison et al., elencam fatores como, a conceção e organização, facilitação e instrução direta para caracterizar o ensino presencial. Chickering & Gamson, entre outros, defendem que a “interação” é determinante, quer no ensino presencial, quer no ensino à distância. O mais relevante em educação à distância, é o “uso que o aluno faz dos meios de comunicação” e a “experiência do professor com a tecnologia”. Concluindo, o sucesso dos alunos online, é o resultado dos “meios adequados e do projeto” sustentados por “professores competentes”, aptos a atuar em ambientes virtuais de aprendizagem.

(*)Distância transacional - Distância essencialmente de cariz psíquico/pedagógico, mais do que propriamente geográfica (Moore)

Bibliografia: Patrick Fahy (2008) - As Características dos Meios de Aprendizagem Interativa Online